Paco Rabanne nasceu no dia 18 de fevereiro de 1934 na cidade espanhola
de San Sebastian com o nome verdadeiro de Francisco Rabanneda y Cuervo. Ainda
enquanto jovem, a sua família mudou para França, na região da Bretanha, onde
esteve exilada a partir do momento em que o ditador Franco tomou o poder na
Espanha. Enquanto a mãe se tornou uma colaboradora do conceituado estilista
espanhol Cristóbal Balenciaga, Paco, então com 17 anos, se inscreveu no curso
de arte do departamento de Arquitetura da Universidade de Paris, onde se
licenciou três anos depois. O espanhol, contudo, optou pela moda e deu os
primeiros passos no mundo da alta-costura como produtor de botões, em casas
renomadas como Dior, Givenchy, Nina Ricci e Balenciaga. Depois, vieram os
bordados, que revolucionavam o que existia na época, com seus desenhos
geométricos, sapatos, que desenhou para Charles Jourdan, e gravatas,
desenvolvidas para Pierre Cardin. Guiado por um fio de prata, o “homem de ferro
da costura”, em 1964, se tornou independente e começou a criar suas próprias
peças de vestuário, lançando seus primeiros vestidos experimentais, feitos de
materiais contemporâneos.
Em 1966, o estilista apresentou a
sua primeira coleção no Hotel George V, em Paris. A coleção muito original, foi
sugestivamente chamada “12 vestidos impossíveis de usar em materiais
contemporâneos”. Desde essa época, Paco Rabanne revolucionou por várias vezes
as tradicionais tendências da moda, por recorrer a materiais pouco usais na
confecção de roupa como o plástico, couro fluorescente, alumínio, papel, cabos
de fibra ótica, penas de avestruz, puxadores de portas, correntes metálicas,
entre muitos outros.
Pouco tempo depois, as peças de roupa de
Rabanne transformaram-se em símbolo de rebelião, novidade e desejo de
diferença. Fascinado pela revolucionária criação artística da década de 60,
Paco Rabanne, integraria no seu trabalho criativo, a urgência de novos
materiais já sentida pela Arte, trocando o tecido por materiais
ultra-contemporâneos. Logo surgiram críticos diante de tanta inovação. A diva
Coco Chanel o chamou de “metalúrgico”, criticando as desconfortáveis criações
do estilista basco. A resposta de Paco era que as mulheres devem vestir roupas
cômodas, mas para conquistar um homem, não deve haver limites para o
sacrifício. Dos modelos em metal aos vestidos de papel, o inventor da armadura
dos anos 60 é uma referência para muitos estilistas. Ganhou projeção em 1968,
quando desenhou o figurino usado por Jane Fonda no filme de ficção científica
Barbarella, de Roger Vadim. O filme entrou para historia da moda e do cinema
dos anos 60 por seus looks futuristas. Audrey
Hepburn também vestiu Rabanne, no filme Two for the Road, 1967. A atriz norte-americana Jane
Fonda, passou a integrar, juntamente com as colegas Brigitte Bardot, Audrey
Hepburn e Ursula Andrews, o grupo de vedetes que vestiam as criações de Paco
Rabanne. As modelos Eva Herzigová e Brandi Quiñones também desfilaram suas criações.
Em 1969 lançou Calandre, primeiro de uma série de bem sucedidos perfumes com a
sua marca, que chamou a atenção por utilizar chipre como nota básica, enquanto
a moda eram as essências cítricas.